Meu avô já escutou Pearl Jam
Marcelo me apresentou Pearl Jam quando nos conhecemos.
E eu adorei as músicas.
Me lembro de estar na casa de madeira, durante a semana, lavando louça ou fazendo almoço, ouvindo uma sequência de músicas do Pearl Jam no notebook, e lá chegava meu avô pela porta dos fundos, me chamando.
Eu já estava escutando há um tempo e as músicas da seleção do Youtube já não me agradavam, mas é como seu eu quisesse internalizar que aquelas músicas de bateria alta demais também poderiam ser legais.
E quando meu avô chegou, precisei diminuir o volume para escutar o que ele tinha a dizer e para que ele escutasse minha resposta, afinal já estava ficando surdo. E após meia dúzia de palavras voltamos às nossas próprias coisas.
Certamente esse encontro foi antes do derrame, numa época tão tão distante de meu avô vestir-se sozinho, sair de casa, atravessar a rua, abrir o nosso portão, percorrer a casa, subir um ou dois degraus e me chamar enquanto eu estava de costas.
Ouvir Pearl Jam sempre me evoca essa memória. Na verdade não qualquer música deles, apenas as mais barulhentas.
Obs: O ano era provavelmente 2015, eu não trabalhava de manhã, porque já havia saído da advocacia. Ainda não tinha sido nomeada para Defensoria (26/07/2015). Eu tinha as manhãs livres e me sentia na obrigação de limpar a casa e fazer almoço. Era preciso, meu pai havia acabado de se mudar, deixava 06 latas de cerveja diariamente pela casa, roupas, louça, um trabalho inesgotável.
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