Nota para a velhice: faça exercícios

novembro 28, 2023

Nota para a velhice: faça exercícios

Me dispus a dar carona para dona Terezinha na volta do pilates, terças e quintas 9h. Tudo começou quando minha prof me disse: “Lília, pode dar carona para d. Terezinha, logo ali a duas quadras?” “Sim, claro”. E a deixei numa casa que eu mesma já visitei há uns quinze anos.

Ali, parada em fila dupla até a octogenária sair do carro, inventei de perguntar: “A senhora é vó do Mauro? Eu estudei com ele”. E ela respondeu como se eu tivesse falado do Mauro pai (seu sobrinho), e não do Mauro filho, meu colega de escola. Pensei em perguntar melhor na próxima aula, mas ela faltou. E na outra já não havia timing para tanto.

Numa aula em que eu fazia exercícios acrobáticos abdominais ela olhou com desdém: “Mas escuta, o que você está querendo com esse exercício?”. “Eu quero emagrecer”. Com mais desdém ainda ela me disse: “Eu emagreci cinco quilos semana passada” e todas rimos porque ninguém quer emagrecer passando mal do jeito que ela passou.

Carona vai, carona vem, hoje ela me disse: “Eu consegui fazer os exercícios hoje, achei que não conseguiria pois tive uma péssima noite de sono com dores nas pernas”. Ultimamente além dos alongamentos, Keide prescreve umas agulhadas e laser para o inchaço e dores da paciente.

Talvez a máxima de que o "remédio para dor é exercício" não funcione muito bem quando se é superidoso pois há muitas mais variáveis. Mas d. Terezinha, sempre parece melhor do que entrou.

D. Tereziha uma vez me disse que sua aposentadoria vai toda para exames e remédios, ela tentou parar o pilates, mas os filhos não deixaram.

E essa anedota de hoje serve para décadas futuras quando eu me negar a fazer exercícios:

A Lília jovem está te dizendo para fazer exercícios, você pode ser cabeça dura com todo mundo, mas não com você mesma. Anda, vai.

Obs: Ontem Tio Lelo morreu. Ele já tinha passado por uma internação e o médico autorizou que ele fosse levado para casa, onde poderia ficar com a família antes de efetivamente partir. Recebeu inúmeras visitas antes de o rim parar de vez.

Novembro/2020 - Pandemia havia começado em 03/2020, mal sabíamos que o isolamento duraria mais dois anos. Paramos a academia e passamos a fazer exercícios esporádicos em casa.

Dezembro/2022 - Comodoro/MT, Marcelo, vó Nenê e eu.

Maio/2023 - Despedida da minha vó Rosa e a vizinha da quadra de baixo D. Maria Galvão.Ela vinha cortar o cabelo na esquina da minha avó e passava conversar. O marido foi assassinado logo nos primeiros anos de casamento e ela criou os filhos sozinhas. Ele morreu numa fazenda que trabalhava e ela foi no Juri. Na próxima semana meus avós já foram para Santa Helena, e d. Maria Galvão veio durante a semana visitar mais uma vez d. Rosa.

Junho/2023 - Já em Nova Santa Helena. Rosa Carrara Cacefo e Rosa Carrara Pereira, que compartilham as mesmas avó Rosa que morreria no ano de 1935 e estava adoentada quando as netas nasceram. Elas tem 08 meses de diferença de idade. Nessa ocasião, Rosa estava se recuperando de uma cirurgia na coluna em que ficou 60 dias na horizontal apenas. Antes disso, já tinha passado por uma cirurgia do coração e da quebra da bacia/fêmur. Depois disso, ficou na UTI por alguma razão também, mas incrivelmente, sempre se recupera!