Páscoa e dia dos pais 2022
Ontem foi páscoa e tive algumas lembranças.
A páscoa passada foi o dia que voltei a falar com meu pai depois de um hiato de poucos anos (desde a separação dele com minha mãe, há cerca de cinco anos). Antes eu havia almoçado com a família por parte de mãe e a consolado depois que minha avó a acusou de beber demais (em sua defesa ela informa que estava na primeira latinha depois de ter feito o almoço que eles comeriam na sequência).
Estar na minha tia na páscoa passada foi muito agradável. Eu e Marcelo fomos de bicicleta, tal qual um casalzinho natureba e dentro da lei que não dirige bêbado. O assunto foi meu aumento salarial de 100% do qual não me contive por semanas.
Depois dessa data, voltei a reencontrar meu pai no dia dos pais e tive uma ressaca horrível de Itaipava duplo malte. A prova de que a cerveja é completamente tosca é que basta beber três ou quatro latinhas e você passa mal como se nunca tivesse bebido na vida. Eu fiquei tão louca que convenci Marcelo a passar no mercado e me comprar mais cerveja (em minha defesa, não precisa de muito). Não bastasse, Marcelo ligou para o pai no dia dos pais e só quem falou fui eu sobre meus bordados e o quanto eles eram lindos e como faltava ainda um preenchimento de aquarela (que nesse fim de semana prolongado pus em prática). Fui dormir tendo esquecido uma latinha semicheia, como determina a conduta do bêbado.
Para essa a sexta-feira santa tia Mayra nos convidou para ver a procissão passar na frente da casa dela, o que é muito legal. A procissão começaria às 18h e passaria por volta das 19h na casa dela. Fui com minha mãe que é a ansiedade em pessoa e estávamos lá às 17:15h na porta da tia Mayra, mas ela não estava. Justificou-se que combinou às 18h e antes disso estava na Igreja. Quanta inocência da nossa parte achar que se chegássemos mais cedo poderíamos conversar… É nessas horas que minha autoestima vai um pouco pro pau: essa pessoa nem me queria aqui. Na maioria das vezes não é uma verdade, mas sempre me é uma sensação.
Por fim, eu desisti de esperar pois estou há dias com dores abdominais: um pouco de cólica e infecção urinária. Tia Mayra não deve ter gostado a atitude, mas meu bem estar falou mais alto. O que falou alto também foi o silêncio eloquente do não convite para ver meu pai na casa dela nessa páscoa.
Na verdade nem doeu, eu acho até mais difícil negar convites (eu ainda tinha algumas dores).
Pondero também que essa reaproximação com meu pai foi meio interesseira, porque depois do contato ele trouxe dois assuntos chatos:
O primeiro é transferir um terreno para meu nome, o uso será exclusivamente dele (mas não constará do papel o usofruto), também não haverá anuência dos outros herdeiros (o que torna o negócio anulável). Rolo puro, não quero.
O segundo é retomar um imóvel que ele construiu mas está em nome de uma imobiliária que também não transferiu para o comprador já residente na casa. Pedi que ele tirasse algumas certidões e me mandasse o contrato escaneado para eu redigir uma notificação extrajudicial, depois, se necessária, uma ação judicial ficaria mais clara para um advogado que seria uma indicação minha também.
Nenhum dos assuntos voltou a à pauta.
Pelo menos ganhei uma cachorra fofa – Miley foi acolhida pelo meu pai e chamava-se Flora. Ele nos trouxe e ficou apenas com nove para cuidar em Feliz Natal.
O dia terminou com um Feliz Páscoa do meu pai às 16h e talvez essa seja a forma mais segura de se relacionar.
Dia dos Pais - 14/08/2022
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